sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Formações geológicas indicam "recente" clima quente em Marte.

em sexta-feira, 7 de agosto de 2009

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Novas pesquisas feitas por um cientista britânico indicam que Marte teve um clima significativamente mais quente do que se pensava no seu passado recente. A pesquisa, publicada na Earth and Planetary Science Letters, é uma boa notícia para a nossa busca de vida em Marte, pois quanto mais curto o período de tempo desde o último clima quente no planeta, maiores as hipóteses que quaisquer organismos que aí possam ter vivido, possam ainda sobreviver por baixo da superfície do planeta.

O Dr. Matthew Balme, da Open University, fez a nova descoberta ao estudar imagens detalhadas de características equatoriais que se formaram pelo aquecimento de solos rico em gelo. O seu trabalho indica que a superfície marciana passou por ciclos de degelo tão recentes quanto 2 milhões de anos, e que Marte não tem condições geladas há já milhares de milhões de anos, como se pensava.

As imagens de alta-resolução, que mostram uma variedade de formações interessantes, foram obtidas com a câmara HiRISE (High Resolution Imaging science Experiment), a bordo da Mars Reconnaissance Orbiter da NASA.

O Dr. Matthew Balme disse: "as características deste terreno foram anteriormente interpretadas como o resultado de processos vulcânicos. As imagens incrivelmente detalhadas obtidas pela HiRISE mostram que estas características são ao invés provocadas pela expansão e contracção do gelo, e pelo degelo de solo rico em gelo. Tudo isto sugere um clima muito diferente do que vemos hoje em dia".

Todas as formações superficiais observadas encontram-se num canal, que se pensa ter estado activo tão recentemente quanto há 2-8 milhões de anos atrás. Dado que estas formações encontram-se dentro, e cortam, formações pré-existentes do canal, isto sugere que também foram criadas dentro deste intervalo de tempo.

As imagens mostram superfícies com padrões poligonais, canais ramificados, grandes detritos e estruturas em forma de montículos e cones. Todas estas estruturas são similares às formações na Terra, típicas de áreas de terreno com gelo a derreter.

"Estas observações demonstram não só que existiu gelo perto do equador marciano nos últimos milhões de anos, mas também que o gelo derreteu para formar água líquida, que depois voltou a congelar. E isto provavelmente aconteceu durante muitos ciclos. Dado que a água líquida parece ser essencial para a vida, estes tipos de ambientes podem ser um espantoso local para procurar provas de vida passada em Marte", refere Balme.

O professor Keith Mason, presidente da organização que apoiou o estudo (Science and Technology Facilities Council), disse: "Esta nova pesquisa revelou mais sobre Marte e providenciou provas fascinantes acerca de processos geológicos semelhantes aos da Terra. A história do nosso planeta vizinho, e a questão se já alguma vez teve vida, há muito que fascina o Homem. Compreender os processos actuais à superfície de Marte e o papel passado e presente do clima melhora o nosso conhecimento acerca da história do planeta e as hipóteses de um dia detectarmos provas de vida passada ou presente."

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