Poeira interestelar
As partículas capturadas pela sonda espacial Stardust, embora poucas, apresentam uma variação maior do que seria esperado para objetos capturados tão próximos em termos espaciais.
Isto está levando os pesquisadores a concluírem que esses grãos microscópicos são realmente poeira interestelar, e não resquícios gerados por impactos no próprio Sistema Solar.
A sonda usou um coletor de aerogel, um material extremamente leve e poroso, para capturar e partículas do cometa Wild 2, voando bem na sua cauda, e também partículas do espaço mais distante de qualquer objeto celeste, durante sua viagem.
As partículas são minúsculas, com diâmetros na faixa dos micrômetros, e só estão sendo encontradas graças a dezenas de milhares de voluntários do projeto de ciência-cidadã Stardust@home.
Em um processo que ainda não está finalizado, o aerogel precisa ser visualizado micrômetro por micrômetro em busca dos sinais de partículas, o que significa olhar detalhadamente para cerca de 1,5 milhão de fotografias.
Infelizmente, mais de 50 das partículas localizadas até agora foram liberadas pela própria sonda espacial, resultantes da abrasão de seus painéis solares. E outras foram localizadas no suporte de alumínio da "raquete" coletora, e não no próprio aerogel.
Os pesquisadores agora divulgaram os resultados da análise da composição química e estrutural de sete partículas, com uma massa total na casa dos picogramas - 1 picograma equivale a 1 trilionésimo de grama. Três delas foram encontradas no aerogel e quatro na estrutura de alumínio.