A ESA (agência espacial europeia) divulgou nesta sexta (27) uma nova imagem da enigmática cratera marciana Orcus Patera, obtida pela nave Mars Express.
(Foto: ESA / DLR / FU Berlin (G. Neukum)) |
O que a torna enigmática é o seu estranho e raro formato elíptico alem da sua extensão com cerca de 380 km por 140 km. Ela tem um aro que se eleva até 1800 m acima da planície circundante, enquanto o piso da depressão se encontra (400-600) m abaixo do ambiente alem disso está Localizada entre os vulcões Elysium Mons e Olympus Mons onde há imensa atividades vulcânicas.
Apesar de bastante estudada, a origem da cratera é ainda desconhecida e permanece um mistério que desafia os pesquisadores.
Há uma “divergência”. O nome “Patera”, geralmente, é usado para se referir a acidentes geográficos de origem vulcânica, o que talvez não seja o caso da Orcus. Segundo os cientistas que a estudam, pode perfeitamente ter sido originada por um deslocamento tectônico, um fenômeno erosivo ou um impacto com outro corpo celeste, há bilhões de anos.
Além de vulcanismo, há uma série de outras possíveis origens. Orcus Patera pode ser uma grande cratera de impacto, originalmente redonda, posteriormente deformados por forças de compressão. Alternativamente, ele poderia ter se formado após a erosão de crateras alinhadas. No entanto, a explicação mais provável é que ela foi feita em um impacto oblíquo, de um objeto de pequeno porte que teria atingido Marte a partir de um ângulo raso em relação à horizontal, menor que 5 graus.
A existência de forças tectônicas em Orcus Patera é evidente pela presença de numerosos "grabens", estruturas semelhantes aos vales de rift ( Localizado na Africa recortando o Quenia de norte a sul) que cortam toda a borda. Alguns grabens chegam a 2.5 km de largura e estão orientados no sentido leste-oeste e só estão visíveis na borda da cratera e nas imediações.
No interior da depressão os grabens de grande porte não são visíveis e foram provavelmente cobertos por sedimentos depositados ao longos do tempo. Entretanto, a presença de grabens menores indica que diversos eventos tectônicos ocorreram ali, sugerindo que múltiplos episódios de deposição aconteceram no interior da cratera.
Além das forças de compressão, uma série de sulcos mostra que a ação dos ventos também colaborou no desenvolvimento de Orcus Patera. As feições escuras próximas ao centro da depressão foram provavelmente esculpidas por processos eólicos, que redistribuiu o material escuro escavado pelo impacto do objeto.
No entanto, a presença dos grabens ou dos sulcos não tem qualquer influência sobre a formação de Orcus Patera e são consequências das forças que moldaram a cratera durante milhões de anos. A verdadeira origem da depressão continua a ser estudada e até um veredito final, a origem de Orcus Patera continua sendo um enigma.
http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/790207-mars-express-registra-nova-imagem-de-cratera-misteriosa-de-marte.shtml
http://www.esa.int/SPECIALS/Mars_Express/SEMDV9BO3DG_0.html
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