segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Rússia e ESA prontas a assinar acordo sobre projeto ExoMars

em segunda-feira, 26 de novembro de 2012

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© Colagem: Voz da Rússia


A Rússia e a Agência Espacial Europeia (ESA) assinarão até o fim do ano um acordo sobre a exploração conjunta do Planeta Vermelho, comunicou o chefe da Agência Espacial da Rússia (Roskosmos), Vladimir Popovkin, que na próxima semana terá um encontro com o dirigente da ESA, Jean-Jacques Dordain, para discutir os pormenores definitivos do projeto ExoMars.
Após o encontro, será anunciada a data exata de assinatura do acordo. A cooperação com a Rússia já foi aprovada pelos países-participantes da ESA em uma reunião em Nápoles. Os europeus já canalizaram ao projeto mais de 400 milhões de euros. O total de investimentos da Agência Espacial Europeia é estimado em mais de um bilhão de euros.

Inicialmente, o projeto era europeu-americano. Mais tarde, a Rússia aderiu à iniciativa e a NASA abandonou-a por razões financeiras. Em resultado, a viagem em direção ao Planeta Vermelho será efetuada em naves Proton russas (fig1).

fig1: foguete Proton

O projeto ExoMars inclui duas etapas. Os lançamentos estão marcados para 2016 e 2018. O primeiro Proton transportará rumo a Marte um módulo orbital e o chamado demostrador de pouso. Com sua ajuda, os europeus testarão novas tecnologias de entrada na atmosfera de Marte, de descida e de pouso. O “demostrador” terá apenas indicadores de acompanhamento do processo de descida e de pouso. O módulo orbital terá, contudo, vários aparelhos russos, diz o cientista russo Alexander Zakharov:

“Trata-se de três espectrômetros de diapasão infravermelho. Um deles é destinado para monitorar o teor de óxido de carbono e o segundo – o teor de metano na atmosfera de Marte. O terceiro irá medir a temperatura atmosférica. Um outro detetor a neutrões deve estudar a distribuição de água debaixo da superfície de Marte, a uma profundidade de um metro”.

O detetor irá esclarecer o nível de radiação em órbita, dados indispensáveis para futuras missões pilotadas. Quanto ao metano, é interessante conhecer sua origem no planeta. O módulo orbital irá elaborar um mapa de pontes de saída de metano do subsolo de Marte, para estabelecer um local de pouso na etapa seguinte do ExoMars.

Em 2018, na expedição será incluída uma plataforma de pouso, desenvolvida na Consórcio Aeroespacial Lavochkin, que transportará para a superfície do planeta um veículo explorador de Marte, construído na Europa. A plataforma será equipada principalmente com aparelhos russos. A missão do veículo transportador (busca de bactérias antigas) irá durar seis meses. A máquina percorrerá num dia até cem metros, fazendo perfurações para recolher amostras de solo. A plataforma deverá funcionar durante um ano, no mínimo, alimentando-se com uma bateria atômica.

Na reunião da ESA foi também declarado que a agência pode concluir ainda um acordo à parte com a Rússia sobre o envio de um aparelho orbital para a investigação de três satélites de Júpiter: Ganimedes, Calisto e Europa. A missão está prevista para 2022 e, provavelmente, será efetuada com a ajuda do Proton. Aproximadamente na mesma altura, poderá começar uma missão automática russo-europeia de transporte de amostras de solo de um dos pólos da Lua para a Terra. 
A experiência do projeto ExoMars será levada em consideração durante seu desenvolvimento.


fig1: http://movv.org/category/spacenewspt/

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