Gás nobre no espaço
A primeira detecção de um gás nobre no espaço foi registrada na nebulosa do Caranguejo, uma supernova que explodiu no ano 1054. [Imagem: NASA/ESA/Alison Loll/Jeff Hester] |
Estudando o que restou de explosões cósmicas gigantescas, conhecidas como supernovas, duas equipes de astrônomos anunciaram duas descobertas marcantes na edição desta semana da revista Science.
A primeira descoberta é histórica, sendo a primeira vez que se detecta uma molécula contendo um gás nobre no espaço.
A segunda foi o rastreamento da formação do elemento fósforo, um dos seis elementos essenciais para a vida como a conhecemos.
Mike Barlow e seus colegas da Universidade College de Londres usaram o telescópio espacial Herschel para analisar as características espectrais da nebulosa do Caranguejo.
O que eles estavam estudando são os restos de uma estrela, que tinha de 8 a 16 vezes a massa do Sol, e que explodiu por volta do ano 1054.
A equipe encontrou sinais do hidreto ionizado de argônio - 36ARH+ - espalhados por toda a nebulosa, confirmando uma teoria de longa data que o isótopo 36 do argônio se origina no coração de supernovas muito intensas.
A maioria dos elementos químicos do universo é produzida nas estrelas. Mas, como os elementos mais pesados não poderiam ser formados em condições de temperatura e pressão estelares normais, acredita-se eles sejam produzidos quando as estrelas explodem.
Elemento da vida
Um outro estudo, realizado por Bon-Chul Koo e seus colegas da Universidade Nacional de Seul, na Coreia do Sul, identificou uma quantidade significativa de fósforo em Cassiopeia A.
Trata-se de outra supernova, mas, neste caso, o mais novo registro confirmado de colapso de uma estrela na nossa galáxia.
Os pesquisadores usaram telescópios terrestres para verificar que a relação de fósforo e ferro-56 é 100 vezes maior em Cassiopeia A do que na Via Láctea, sugerindo que o fósforo tenha sido produzido na supernova.
Até agora, os astrônomos só haviam observado a origem dos outros cinco elementos de sustentação da vida (hidrogênio, carbono, nitrogênio, oxigênio e enxofre).
Agora, eles podem adicionar o fósforo para essa lista, reforçando o ditado de que somos realmente poeira de estrelas.
Bibliografia:
Detection of a Noble Gas Molecular Ion, 36ArH+, in the Crab Nebula
M. J. Barlow, B. M. Swinyard, P. J. Owen, J. Cernicharo, H. L. Gomez, R. J. Ivison, O. Krause, T. L. Lim, M. Matsuura, S. Miller, G. Olofsson, E. T. Polehampton
Science
Vol.: 342, 1343-1345
DOI: 10.1126/science.1243582
Phosphorus in the Young Supernova Remnant Cassiopeia A
Bon-Chul Koo, Yong-Hyun Lee, Dae-Sik Moon, Sung-Chul Yoon, John C. Raymond
Science
Vol.: 342 no. 6164 pp. 1346-1348
DOI: 10.1126/science.1243823
Fonte: Inovação Tecnológica
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