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Sol distante
A distância entre o Sol e a Terra é conhecida como Unidade
Astronômica, ou simplesmente UA, uma espécie de "quilômetro
espacial", usada para expressar as enormes distâncias interplanetárias.
Uma Unidade Astronômica mede 149.597.870,696 km.
A medição mais precisa feita até hoje dessa distância entre
o Sol e a Terra foi concluída em 2004 pelos astrofísicos russos Gregoriy A.
Krasinsky e Victor A. Brumberg. E, ao término de seu trabalho, eles fizeram uma
descoberta surpreendente: a Terra está se afastando do Sol a uma velocidade de
15 centímetros por ano.
Resfriamento global no futuro
Quinze centímetros por ano não parece ser muito, talvez
apenas o suficiente para permitir uma previsão de que a Terra terá problemas de
resfriamento global em algumas centenas de milhões de anos. Mas é o suficiente
para exigir uma explicação. Afinal de contas, o que está afastando a Terra do
Sol?
A explicação que primeiro se ofereceu foi a de que o Sol
está perdendo massa, via fusão nuclear e pela emissão dos ventos solares. Perdendo
massa, ele perderia sua força gravitacional e permitiria que os planetas ao seu
redor se afastassem.
Outras possibilidades levantadas incluíram alterações na
constante gravitacional G, efeitos da expansão do Universo e até influências da
matéria escura. Mas nenhuma delas passou pelo crivo da comunidade científica.
Marés solares
Agora, Takaho Miura e seus colegas da Universidade de
Hirosaki, no Japão, elaboraram uma nova explicação para o afastamento da Terra
em relação ao Sol. O artigo científico deverá ser publicado em breve no
periódico Astronomy & Astrophysics, mas a proposta foi adiantada em uma
reportagem da revista New Scientist.
Segundo os cientistas japoneses, o Sol e a Terra estão
literalmente empurrando-se mutuamente devido à interação de suas marés.
O fenômeno é o mesmo que explica o afastamento da Lua em
relação à Terra: as marés que a Lua levanta em nossos oceanos estão
gradualmente transferindo energia rotacional para o movimento lunar. Como
resultado, a cada ano a órbita lunar aumenta cerca de 4 centímetros, e a
velocidade de rotação da Terra diminui em 0,000017 segundos.
O tempo de fato está passando mais lentamente
Dezessete milissegundos por ano é outro dado nada
apocalíptico, mas o suficiente para projetar que, ao contrário do que o senso
comum aponta, ao invés do tempo estar passando mais rápido, ele de fato passa
cada dia mais lentamente - literalmente 0,000017 segundos por ano - e os dias
terrestres tenderão a ficar maiores no futuro.
Da mesma forma, afirmam os cientistas, a massa da Terra está
causando o levantamento de marés na superfície do Sol, o que explica uma
diminuição na rotação do Sol em 0,00003 segundos (3 milissegundos) por ano. Ao
perder momento angular, o Sol permite que a distância entre ele e a Terra
aumente gradualmente.
Embora já tenha sido aceito para publicação, o que significa
que os revisores verificaram que a proposta é cientificamente válida, será
necessário que outros astrofísicos avaliem os métodos e cálculos dos
pesquisadores japoneses antes que se possa considerar esta como sendo a
explicação "oficial" para o já bem documentado afastamento entre o
Sol e a Terra.
Fonte: Inovação Tecnológica
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