quarta-feira, 6 de maio de 2009

Sondas gêmeas conseguem prever tempestades solares

em quarta-feira, 6 de maio de 2009

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Quem acha os serviços de meteorologia ruins por não conseguirem precisão ao prever chuvas com uma semana de antecedência talvez se conforme ao saber que a situação é ainda pior nas tentativas de prever o "clima" na superfície Sol. As tempestades solares, que disparam violentas lufadas do chamado vento solar em direção à Terra, só são descobertas quando já estão acontecendo. Uma dupla de sondas espaciais consegue agora, porém, detectar esses eventos 24 horas antes de eles atingirem a Terra.

O segredo das espaçonaves da missão Stereo, da Nasa, que conseguiu prever erupções, é a visão em 3-D. Como estão afastadas uma da outra, as sondas fornecem imagens do Sol de ângulos diferentes e conseguem observar em profundidade. Lançadas em 2006, a sondas levaram mais de dois anos até serem calibradas a ponto de conseguirem cumprir sua missão.

Aquilo que as Stereo conseguem ver em detalhes sem precedentes são as chamadas ejeções coronais de massa, violentas explosões na superfície do Sol que emitem partículas eletricamente carregadas em altíssima velocidade. O fenômeno é chamado de vento solar.

Essas partículas são extremamente nocivas. O vento solar só não prejudica o que está na superfície terrestre porque o campo magnético do planeta o desvia de sua trajetória normal. Quando se acumulam no céus do Ártico e da Antártida, essas partículas produzem as auroras polares, fenômenos apreciados por sua beleza.

Quem não aprecia muito o vento solar são as empresas operadoras dos satélites que estão na órbita da Terra. Fora da proteção do campo magnético terrestre, os satélites são afetados por tempestades solares, podem ter sua comunicação interrompida e até sofrer danos permanentes. Pilotos de avião sobrevoando regiões polares também podem ter problemas de comunicação. Isso sem mencionar os riscos para a tripulação da estação espacial.

Não há muito o que fazer na Terra contra as erupções solares, mas o primeiro passo certamente é prever com precisão quando elas afetarão o planeta.

"Com as observações das Stereo, podemos extrair as propriedades de uma ejeção coronal de massa e determinar quando ela vai atingir o planeta e com qual velocidade, além de quanta energia vai impactar a magnetosfera da Terra", disse em comunicado à imprensa Angelos Vourlidas, do Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA, participante do projeto.

O sucesso das Stereo na análise das erupções solares começou a ser divulgado pela Nasa em comunicados informais. Um estudo científico sobre o trabalho foi submetido à revista "Geophysical Research Letters", dizem os pesquisadores.

Folha Online

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