Aglomerado de estrelas
Astrônomos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) anunciaram a descoberta de um novo satélite da Via Láctea.
Trata-se de um pequeno aglomerado de estrelas situado no halo da nossa galáxia, a uma distância de 108.000 anos-luz do Sistema Solar.
É o primeiro satélite da galáxia situado nos confins do halo estelar cuja descoberta teve como protagonistas astrônomos brasileiros.
O pequeno aglomerado de estrelas Balbinot 1 pode ser visto no centro da imagem. [Imagem: Eduardo Balbinot]
Nome nas estrelas
O pesquisador Eduardo Balbinot desenvolveu um código, chamado de FindSat, que busca por sobredensidades em mapas de estrelas gerados por grandes levantamentos de dados astronômicos.
Essas sobredensidades indicam a existência desses pequenos sistemas estelares coesos, como um aglomerado estelar ou uma galáxia anã, sobrepostos às demais estrelas da Via Láctea.
Graças ao seu trabalho, Eduardo registrou seu nome nas estrelas - o aglomerado foi batizado de Balbinot 1.
O "1" parece indicar a fé que o pesquisador tem na sua técnica, que poderá gerar ainda várias novas descobertas.
O Balbinot 1 foi encontrado quando Eduardo aplicou seu programa aos dados do SDSS (Sloan Digital Sky Survey III), o rastreamento responsável pela construção da maior imagem já feita do Universo.
Formação das galáxias
A importância desses satélites está ligada ao processo de formação das galáxias e outras estruturas no Universo.
Acredita-se que uma galáxia grande como a nossa formou-se ao longo de mais de 10 bilhões de anos, em um processo de acreção de objetos menores.
Esses satélites, como o Balbinot 1, são os remanescentes deste processo.
Os objetos do halo galáctico são antigos, funcionando como "testemunhas oculares" desse cenário hierárquico de formação, pelo qual sistemas de baixa massa se aglutinam para formar galáxias grandes.
Os satélites do halo são também mais difíceis de detectar, pois estão em geral muito distantes de nós.
O Balbinot 1, em especial, foi um grande desafio porque ele contém pouco mais de 200 estrelas, o que o torna um dos satélites de menor massa dentre todos os já descobertos.
Halo galáctico
A Via Láctea, é uma galáxia espiral relativamente grande. A grande maioria de suas estrelas está espalhada num plano, o disco, que dá a aparência da Via Láctea no céu.
Outras estão dispersas num halo aproximadamente esférico.
Há também milhares de sistemas estelares orbitando em torno da Galáxia. A grande maioria é classificada como aglomerados de estrelas e também está concentrada no disco.
Há relativamente poucos objetos situados no halo e a distâncias como a de Balbinot 1.
O levantamento chamado Dark Energy Survey (DES), que vai iniciar-se nos próximos meses, e ao qual os pesquisadores da UFRGS terão acesso, deverá revelar dezenas desses satélites distantes, permitindo assim um melhor modelamento do processo de formação da Via Láctea.
Fonte: Inovação Tecnológica
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