Planetário Rubens de Azevedo |
Muita gente pensa que um Planetário é um lugar, mas na verdade “Planetário” é uma “máquina” (ou programa) que projeta um céu em uma cúpula (ou mesmo no seu computador), no entanto se dá o nome da máquina ao lugar, vamos entender essa diferença.
A antiga cosmologia grega inspirou a Eratóstenes e seus discípulos a construção de uma esfera oca, em cujo interior eram representados os planetas, como se a Terra fosse o centro. Daí derivam os planetários.
Planetário é um instrumento óptico-elétrico-mecânico que reproduz o movimento dos corpos celestes. Consta de um conjunto de projetores especiais que lançam a imagem do céu no interior de uma cúpula hemisférica. O projetor principal, em forma de haltere, tem nas extremidades duas esferas, que reproduzem na cúpula as estrelas até a quinta magnitude. No corpo do instrumento há uma série de projetores móveis individuais para o Sol, a Lua e os planetas: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, que se podem ver a olho nu.
Pequenos projetores esféricos, adaptados ao instrumento principal, mostram as coordenadas celestes, círculos, horários etc., a fim de facilitar o estudo da navegação celeste. Todo o conjunto se movimenta em torno de três eixos e permite exibir o céu visto a qualquer hora, de qualquer latitude da Terra e em qualquer época, mesmo no futuro ou no passado. Nos modernos planetários, a presença de um quarto eixo de rotação permite contemplar o céu visto de fora da Terra, de qualquer ponto do espaço como se estivéssemos em uma nave espacial.
Pequeno Histórico
A esfera armilar de Eratóstenes (250 a.C.) e os globos celestes de Anaximandro (6 a.C.) foram melhorados por Tycho Brahe em 1580. Em 1664 Andreas Busch construiu o “globo de Gottorp”, de quase quatro metros de diâmetro, longínquo precursor dos planetários. O globo de Roger Long, construído em 1758, acomodava trinta pessoas em seu interior. O de Wallace Walter Atwood, de 1912, continha 700 orifícios, correspondentes às estrelas até a quarta magnitude. O primeiro dispositivo heliocêntrico, ou seja, com o Sol no centro do sistema, foi construído em 1682 por Johanes Cuelen de la Haye.
Nos modelos mecânicos, era impossível reproduzir em escala as dimensões do sistema solar. Ao contrário do que se fizera até então, Walter Bauersfeld, da firma Carl Zeiss, imaginou uma representação celeste que permitisse a observação tal como é feita na natureza, ou seja, do interior da própria esfera celeste. Assim, construiu em 1919 o primeiro planetário Zeiss, dispositivo óptico com pequenas fontes de luz, convenientemente dispostas, e capaz de projetar, sobre a superfície interna de uma esfera oca, imagens que reproduziam, por sua posição relativa e brilho, o aspecto do céu noturno num dado local e num dado instante.
Os planetários se disseminaram a partir de então por todo o mundo. Os mais famosos são os de Paris, Chicago, Nova York, Los Angeles, Londres, Berlim, Buenos Aires e Tóquio.
O primeiro planetário do Brasil foi instalado em São Paulo em 1954 pela firma Carl Zeiss, que instalaria outros quatro no país: no Rio de Janeiro RJ e em Goiânia GO, em 1970, em Santa Maria RS, em 1971, e em Porto Alegre RS, em 1976.
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