Os meteoros, popularmente chamados de estrelas cadentes são traços luminosos proporcionados pela rápida passagem de corpos variados na alta atmosfera terrestre. Esses corpos são chamados meteoroides e atingem diâmetros na ordem entre alguns mícrons ou milímetros. Da palavra meteoroide temos a expressão "orbitando o Sol" onde ocasionalmente, esses fragmentos que estão circulando no espaço reencontram a Terra em sua passagem. No momento que penetram na atmosfera terrestre, sofrem os efeitos do atrito atingindo velocidades entre 12 a 72 km/s numa altitude aproximada de 120 km (no seu aparecimento) a 60 km (no seu desaparecimento), produzindo a sua incandescência e volatilização. Em conseqüência desse choque, a grande maioria se desagrega antes de atingir o solo. Alguns dos meteoroides atingem o solo, dando origem ao que chamamos de Bólidos ou bolas de fogo. Assim, aqueles meteoroides que ao entrarem em atrito com a atmosfera não se consumindo completamente e chocam-se com a superfície terrestre são chamados de Bólidos. Para estes fragmentos rochosos ou ferrosos originados do espaço que impactaram com o solo, chamamos de meteorito.
Na tabela 3 são informados os principais dados referentes as chuvas de meteoros desse mês.
Chuva
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P
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M
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C
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CCT
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THZ
|
r
|
V
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LUA (%)
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Comentário
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Zeta Auriga
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11/12
21/01
|
01/01
|
Cocheiro
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a = 04:20
d = +57
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?
|
-
|
-
|
s/l - 87%
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Melhor observável no norte do Brasil.
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Quadrantids (QUA)
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28/12
12/01
|
04/01
|
Boieiro
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a = 15:20
d = +49
|
120
|
2.1
|
41
|
60%
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8.1
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Gamma Velids
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01/01
17/01
|
05/01
|
Vela
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a = 8:48
d = -147
|
05 a 09
|
2.8
|
-
|
48%
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Meteoros com cores laranjas, amarelos, azuis e brancos. A Lua atrapalha a observação.
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Rho Geminids
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28/12
28/01
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08/01
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Gêmeos
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a = 7:12
d = +32
|
?
|
-
|
-
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s/l - 17%
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Entre 1961 a 1965 com THZ = 25. A Lua não atrapalha a observação.
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January Draconids
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10/01
24/01
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13/01
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Dragão
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a = 16:20
d = +62
|
?
|
?
|
-
|
s/l
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Observável no norte do Brasil. A Lua não atrapalha a observação.
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Eta Craterids
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11/01
22/01
|
16/01
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Taça
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a = 11:44
d = -17
|
?
|
4.0
|
-
|
s/l
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Meteoros rápidos.
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January Boötids
|
09/10
18/01
|
16/01
|
Boieiro
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a = 15:04
d = +44
|
?
|
-
|
-
|
s/l
|
--
|
Delta Cancrids
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14/12
14/02
|
17/01
|
Câncer
|
a = 8:32
d = +20
|
03
|
-
|
28
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30% - s/l
|
--
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Alpha Hydrids
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15/01
30/01
|
20/01
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Hidra
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a = 9:20
d = -09
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04
|
-
|
-
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68%- s/l
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8.2
|
Eta Carinids
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14/01
27/01
|
21/01
|
Carina
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a = 10:40
d = -59
|
02 a 03
|
3.7 a 2.0
|
-
|
77%
|
8.2
|
Canids
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13/01
30/01
|
24/01
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Cão Maior
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a = 7:24
d = +09
|
-
|
-
|
-
|
95%
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Observável com binóculo. A Lua atrapalha a observação.
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Alpha Leonids
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13/01
13/02
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24/01
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Leão
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a = 10:24
d = +09
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<10
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-
|
-
|
95%
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A Lua atrapalha a observação.
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Tabela 3. Chuva de meteoros desse mês.
Legenda:
CHUVA - indica o nome da chuva em questão;
P - Período em que ocorrerá a chuva;
M - Momento máximo que irá ocorrer a chuva. Essa é a melhor data para observar;
C - Constelação associada a chuva;
CCT - Posição sugerida de observação dadas em coordenadas equatoriais, sendo:
a: ascensão reta;
d: declinação.
a: ascensão reta;
d: declinação.
THZ - Taxa Horária Zenital - um número máximo calculado de meteoros que um observador pode apreciar, numa noite sem a inferência da Lua, com o céu perfeitamente limpo e com radiante sobre a cabeça do observador (zênite). Quando ocorrer uma chuva periódica, ou seja, sem previsão da taxa por hora, a mesma será representada pela letra P;
r - Índice provável de magnitude da chuva. Quanto menor o valor mais fácil será sua observação;
V - Velocidade de entrada atmosférica do meteoro, dada em km/s. As velocidades variam entre 11 km/s (muito lento), 40 km/s (médio) e 72 km/s (muito rápido).
LUA (%) - Porcentagem do disco iluminado para o melhor momento de observação da chuva. No caso sem influência da Lua durante a chuva de meteoros é atribuído o símbolo s/l.
COMENTÁRIO - Quando existir o número, a chuva será comentada no seu respectivo número.
04/01 - Quadrantids (QUA)
Essa chuva não é fácil de ser contemplada para grande parte dos observadores localizados no hemisfério sul do Brasil. Para os amantes da Astronomia que estiverem no sul e sudeste do Brasil será praticamente impossível contemplar essa chuva. A chuva Quadrantids (QUA) poderá ser observada nas regiões do Brasil localizadas próxima ou acima da linha do equador. Porém, sua melhor observação ocorre para as altas latitudes norte como regiões da América do Norte e extremo leste da Rússia. Para os observadores que estiverem localizados nessas regiões (e até no extremo norte do Brasil) poderão contemplar essa chuva que varia entre 60 a 200 meteoros a cada uma hora (na média 120), relativamente brilhantes e com velocidade média. Em grande parte do Brasil, como essa chuva ocorre poucos instantes antes do Sol nascer sua máxima atividade é muito curta durante três a cinco horas. Para esse ano, a Lua atrapalhará a observação, pois nosso satélite natural estará próximo do radiante e com 60% do seu disco iluminado. Mesmo com as dificuldades de observação para aqueles que gostam de um desafio e desejam contemplar a chuva, basta olhar um pouco acima do horizonte nordeste, por volta das 3h30min e, quem sabe, poderá ver alguns meteoros. Melhor será para os que moram nas regiões norte e nordeste do Brasil.
20 e 21/01 - Alpha Hydrids e Eta Carinids
Apesar dessas duas chuvas possuírem uma taxa horária zenital pequena, com apenas 4 meteoros a cada uma hora, a aproximação entre elas poderia causar um bom espetáculo no céu. Infelizmente, para esse ano, a Lua irá atrapalhar a observação, pois para a noite de 20 de janeiro a Lua estará com 68% do seu disco iluminado, enquanto na noite de 21 de janeiro a Lua estará com 77% do seu disco iluminado. Apesar disso, a chuva Alpha Hydrids, levará uma vantagem em relação a chuva Eta Carinids. Isso porque, a Lua estará se pondo, quando o radiante da chuva Alpha Hydrids se localizar na parte mais alto do céu em relação ao observador. Fato que ocorrerá, por volta das 00h30min de 21 de janeiro.
As constelações da Hidra e Carina estão relativamente próximas entre si. Como todas as observações de chuvas de meteoros devem ser realizadas a olho nu, será possível observar essas duas chuvas no mesmo instante e quase na mesma região do céu. A figura 12 ilustra essa região, para 22 horas de 20 de janeiro. Praticamente, a mesma ilustração servirá para 21 de janeiro, se tomarmos como base a localização dos pontos cardeais ilustrados.
Figura 12. Chuvas de meteoros Eta Carinids e Alpha Hydrids.
Escolhemos esse horário, ilustrado na figura 12, por causa da fácil localização da estrela Canopus, que pertence a constelação da Carina. Às 22 horas, essa estrela estará localizada acima do ponto cardeal sul. Assim, para poder localizar a região que irá ocorrer a chuva de meteoros eta Carinids, basta esperar esse horário e se orientar pelo ponto cardeal sul. Bem acima da linha do horizonte será possível observar a brilhante estrela de cor branca, Canopus. Utilize também o Cruzeiro do Sul para poder se localizar nessa região ilustrada na figura 12. A constelação da Hidra Fêmea, onde ocorre a chuva alpha Hydrids, se localiza a leste da constelação da Carina. Assim, para o observador que encontrar a estrela Canopus ou a constelação do Cruzeiro do Sul, deverá olhar para seu lado esquerdo, onde ás 22 horas a estrela Alphard (estrela alfa da constelação da Hidra) estará localizada acima do ponto cardeal leste.
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